Neste blog tem coisas que eu não escrevi, mas poderá um dia talvez, quem sabe, ter algo escrito por mim.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
" O homem que queria vender o sítio"
Um comerciante amigo do grande poeta Olavo Bilac, queria vender
um sítio.
Amigo, você que sempre me visita e conhece bem meu sítio,
poderia redigir um anúncio de venda, para que seja publicado no
jornal?
Aceitando o pedido, com completa disposição, Bilac pegou o papel
e redigiu o anúncio:
“Vende-se um lindo sítio, afastado da cidade, onde você vai gozar
descanso e felicidade.
Tem pomar que o ano todo é o salão onde as aves executam seus
gorjeios em sinfonias suaves e as falenas no canteiro, adejam
entre os agaves. Tem, no silêncio da noite, a lua mostrando
recato, quando a brisa deleitosa embala as plantas do mato e a
relva dorme escutando o acalanto de um regato. Sua casa
proporciona um conforto permanente e é, pela manhã, banhada
nos raios do sol nascente.
A varanda, à tarde, tem uma sombra envolvente... ”
Terminada a redação do texto, o poeta entregou o anúncio
ao amigo. Passado algum tempo se encontraram novamente,
quando o poeta perguntou:
“Amigo, vendeu o sítio no valor correspondente?”
O comerciante respondeu:“Estimado Bilac, nem pensei mais
nisso. Quando li aquele anúncio desisti, na mesma hora,
de vender o meu paraíso!”
Às vezes alguém chega para nós, e com a palavra certa, com a
observação adequada muda nosso ângulo de visão, faz-nos
quebrar os paradigmas e, entendemos que certas coisas de
que tanto precisamos e achamos não ter, estão bem do nosso
lado...
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