quarta-feira, 11 de julho de 2012

AOS 24... Por Vania Pinheiro Borges


Cheguei aos 24. E agora mais do que nunca sei que o relógio não vai mais parar. Esperei ansiosamente a chegada dos 15 anos. Comemorei a emancipação dos 20 e estou querendo retardar os 25, o máximo possível. Depois dos 25 você está bem mais próximo dos 30 do que dos 20, certo¿ E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio. Não existe espaço em nossa agenda para o “fazer nada”. Não conseguimos mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo, pouquíssimo tempo pra sentir.

Cada ano é uma novidade. E eu me pego chorando muitas vezes por não saber explicar o que estou sentindo. É uma nova fase, são novas pessoas em nossa vida, é um novo momento. Lembro dos aniversários anteriores, das pessoas queridas que não estão mais presentes. Das que continuam sempre por perto. Das que preferiram partir....

Aos 24 eu entendi coisas até então incompreensíveis. Eu conheci pessoas incríveis. Eu senti sentimentos indescritíveis. Eu vivi momentos inesquecíveis. Eu entendi que qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Eu aprendi que sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Eu não sei quanto tempo ainda me resta de vida. Eu não sei se no ano que vem, finalmente aos 25, eu ainda estarei acreditando em tudo isso que escrevi aqui. Eu não sei se precisarei entender o momento. Eu só sei que quero viver para ver e crer. Quero viver para refazer meus sentimentos, lembrar e esquecer... Quero também avaliar minhas conquistas e derrotas, mas nunca minhas desistências. E reafirmar que há mais muito mais beleza em construir que destruir.

Aos 24, o amor ganhou outro sentido em meus dias. No abraço sincero dos meus amigos. No beijo doce de uma novidade. Numa loucura nunca antes cometida. No olhar terno e sincero dos meus pais e irmãos. No aroma de um novo perfume. Num brinde ao inesperado. Nas felicitações dos que optaram por ficar na minha vida. Nas lembranças lindas da saudade de quem se foi. No sabor de novos sentimentos. Na certeza de que hoje sou bem melhor do que ontem. No aprendizado de que enquanto a vida se torna mais dura e pesada, a gente tem que aprender a levar os dias com mais leveza. Então fala R. Alves: “Será possível, então, um triunfo no amor? Sim. Mas ele não se encontra no final do caminho: não na partida, não na chegada, mas na travessia.”

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