Neste blog tem coisas que eu não escrevi, mas poderá um dia talvez, quem sabe, ter algo escrito por mim.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
O que o coração não sente e a cabeça nem lembra.
A gente gosta com o coração, mas esquecer é tarefa da cabeça. E convenhamos, a cabeça da gente age por conta própria, não nos consulta se queremos realmente pensar nisso ou naquilo. Diante de toda a tecnologia que sufoca nossos dias, bem que alguém já poderia ter inventado a função DELETAR na nossa mente. A gente programa o corpo pra comer, pra dormir, pra trabalhar tantas horas, pra estudar tantas horas. Mas o bendito do pensamento não dá pra programar e muitas vezes a gente a gente se torna escravo dele.
E foi sendo escravizada pelos meus pensamentos que eu descobri que o amor e ódio definitivamente não andam de mãos dadas, mas eles não são opostos. Quanto maior o ódio, maior a decepção que um dia foi sentida. Maior é a dor que ainda é lembrada. O ódio avisa que um sentimento ainda pulsa no peito. O contrário do amor não é o ódio. É a indiferença. O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você sofrer ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecendo por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença é nunca ter estado. Seu nome não é estranho à pessoa, mas ela nem imagina que um dia te amou. Para odiar temos que sentir algo. Para ser indiferente temos que sentir nada, absolutamente nada. Sentir...por você...e quem é você?? Entendeu como funciona? E é ai, quando a pessoa não faz mais parte do coração, quando já saiu dos sentimentos, entra a indiferença
Por isso a indiferença é o pior, o mais terrível castigo que alguém poderia receber. Não ser nada na vida ou para a vida de alguém com quem você conviveu anos. Ser aquela pessoa na foto que não foi marcada, pois ninguém sabe quem ela é ou com quem estava na festa. Não ter deixado uma lembrança de felicidade no coração de alguém. Isso é terrível. A indiferença é um inferno em vida e ela consome a alegria dos nossos dias. E digo mais, quando o outro observa que você é indiferente, ele tenta ser notado, porque ninguém quer ser esquecido, ninguém quer ser um nada para o outro.
Por isso ame quando necessário (de preferência sempre) e seja indiferente quando preciso (mas seja de verdade). Despedir-se de alguns sentimentos é, muitas vezes, despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente. Cabe então pensarmos no que disse um sábio Chamado Rubem Alves: "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."
Vania Pinheiro Borges
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